Cidade Luxor e Karnak

Já escrevi aqui que comecei a ler a história do Egito Antigo quando tinha 13 anos e naquela época eu sonhava com o rio Nilo, com as inscricoes em hieróglifos, com a tumba dos faraós... Mas como eu sempre tive os pés bem no chao, eu sabia que visitar um país desses só mesmo pelas folhas dos livros. E olha que eu viajava viu. Acho que alguém lá em cima gosta muuuuuuuuuuito de mim e nao é que eu fui lá? Nao é que eu visitei Karnak a cidade dos meus sonhos? Sou fascinada com pilastras e lá existem nada mais e nada menos que 134 delas, cada uma com 4 metros de altura e o topo em forma de taca cabem 99 homens. Podem imaginar como eu fiquei fascinada? Fiquei mesmo, aproveitei que estava lá e sentei-me numa de suas bases. Nem me importei que fazia um calor de 45 graus, sem vento e que a pedra fervia. Naquele dia a enxaqueca me comia a cabeca e os olhos. Mas, procurei de todas as formas viver a realidade que eu tinha ali presente.
A minha grande Tebas das mil portas como é conhecida pela história. Cidade onde se pode ver melhor o glorioso passado dos faraós. Tebas foi a capital política e espiritual deles por mais de 500 anos. Sua vida esplêndida toda mostrada num mostruário de construções antigas da "juventude" da terra, de seus 3.400 anos. É, porque os faraós comecam jovens em suas dinastias e alguns morriam jovens também. Em Karnak, reinaram Tuthmosis I (o faraó que fez do Vale dos Reis tao famoso quanto as pirâmides), Hatshepsut (a única mulher que governou o Egito) e Ramsés II (o maior de todos os faraós), entre outros.
No Templo em Luxor, o guia turístico nos informou que Plácido Domingo cantou Aída, de Verdi, em 1987. Eu gostaria de ter assistido.
O templo em Karnak foi construído por Amenófis III e Ramsés II, em duas dinastias consecutivas. Os monumentos gigantes já mostram o tamanho da grandeza de cada faraó. Cada um queria construir um templo para o seu deus preferido e queria entrar para o marco da história.
Karnak é um Mundo. Nao há uma pedra, um granito onde eles nao tenham esculpido alguma escrita. Os escribas tinham cadeira cativa no reino antigo, tamanho que era o seu valor e contribuicao para narrar a vida do faraó. A história conta que em Mênfis e Tebas haviam escolas que os preparavam, leia aqui
Se visitar Karnak foi a minha paixao, visitar o Nilo nao foi tanto assim. Tive muita decepcao quando o avistei, nao era nada daquilo que eu imaginei.
Ao longo do caminho uma grande parte da populacao trabalha na lavoura, o rio é escuro e sujo. O povo vive em cabanas ali mesmo. À noite, ateiam fogo com as folhas da cana-de-acucar seca para espantar os mosquitos que sao verdadeiras pragas. É um povo paupérrimo, sujo, acho que nao é nada diferente de muitos lugares do nosso Brasil. Talvez minha decepcao tenha sido grande porque imaginei por serem um povo tao antigo, e com tanta sabedoria no passado eles deveriam ser mais desenvolvidos. Mas nao foi assim. A única parte do Nilo que gostei mesmo foi quando fizemos o passeio a barco quando voltávamos do Vale dos Faraós, o que eu vou contar da próxima vez e sobre a cidade dos papiros.
Ai sim, o Nilo se apresentou como eu havia sempre imaginado. Toquei com minhas maos as suas águas, nessa parte limpa e vimos como o Egito é totalmente dependente do Nilo. O único verde que se encontra naquela regiao, é no Nilo. Incrível!!!
O país é só areia, deserto, montanhas de pedras, montanhas de areia. Mas em volta a beleza do Nilo com as suas corredeiras.
Bem...essa foi a minha aventura em Luxor e Karnak.
Há alguns anos atrás Simone de Lima, minha amiga me presenteou um livro maravilhoso. Eu nao sei se ainda pode ser encontrado. O livro se chama: " O último Deus do Nilo" de Wilbur Smith. Ele conta um romance no Nilo. Vale mesmo lê-lo nao só pela trama, mas por tudo que o autor é.

Ajustem as suas saias porque semana que vem tem mais.
Se alguém quiser receber as fotos, posso enviar por email.

Um abraco Georgia

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